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Por Eliane Trindade e Ana Holanda
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Dulce observa as filhas Denise e Paula, na época com 36, 11 e 6 anos respectivamente. Esta foto, retirada do álbum de família, preserva a identidade atual das irmãs -caso contrário, correriam o risco de preconceito por parte de seguradoras e empregadores em função do histórico familiar de câncer. Os nomes das três foram trocados |
Elas são jovens, bonitas e inteligentes. Loiras, do tipo mignon, falam com voz mansa e pausada. A história que têm a contar é dramática. A pedagoga Paula, 35 anos, acaba de saber que é portadora do gene BRCA1, o que a faz se defrontar mais uma vez com o estigma do câncer. A primeira foi há dois anos, quando se livrou de um tumor maligno na mama. Casada e mãe de dois filhos, ela precisou de muita força e fé para enfrentar o tratamento e sair curada.
Só que agora Paula passou a lidar com as angústias de fazer parte de um grupo de altíssimo risco. Portadora de um gene muito raro, ela sabe que o câncer, no seu caso, pode não ter ficado no passado. Mas conta com as armas da prevenção e com o apoio da irmã Denise, psicóloga de 40 anos,que na loteria dos genes ficou nos 50% da família que não carrega a herança genética do câncer. Nem por isso pode se descuidar: suas chances são iguais às da população em geral. Juntas, elas lutam para vencer uma verdadeira "maldição familiar". Ao traçar a árvore genealógica das três últimas gerações pelo lado materno, Denise se deparou com 16 casos de câncer:
"Enfrentei a questão do câncer em família desde muito cedo. A primeira vez foi com minha madrinha, prima-irmã de minha mãe, que descobriu um tumor no pulmão aos 36 anos. Eu tinha 15. Nos quatro anos seguintes, perdemos mais quatro parentes, todos vítimas da doença. Desde pequena, ouvia minha mãe contar sobre a morte da minha avó, que teve câncer de pulmão, aos 47 anos. Na época, minha mãe tinha 21. Essa história me perseguia, já imaginava que pudesse acontecer na minha vida. Quando eu tinha 21 anos, minha mãe descobriu que estava com câncer de mama. Ela também tinha 47 anos, como minha avó.
A história se repetiu. Era quase uma sentença de morte. Para enfrentar essa situação, você lança mão de todos os recursos -emocionais e espirituais. A gente se apegou muito na fé e também uns nos outros. Voltando um pouco atrás: os meus bisavós maternos morreram de câncer. Dos oito filhos deles, sete são falecidos, todos vítimas de tumores malignos. Minha mãe já vivia esse estigma há muito tempo. Se aparecia na televisão algo sobre o tema, ela mudava o canal. Não lia nada a respeito. Quando descobriu o câncer, fazia uns sete anos que não ia ao ginecologista. O tumor era grande.Leia mais aqui.
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